segunda-feira, 11 de abril de 2011

Carta ao DCE sobre Forró Machista

Quero manifestar profundo descontentamento e infelicidade com o forró acontecido na última sexta-feira, dia 08/04, cujos responsáveis foi a Tuma de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Os fatos deste dia deve nos levar a pensar novamente a cerca da cultura, ou modelo, que adquirimos para nos divertir.
O DJ, responsável pela aparelhagem, que é nova, acha-se o dono da festa (acho que devemos começar a deixar bem claro que não o são, pois não fazem favor). Com isso, acham-se no direito de fazer o que bem entende. Atitudes que vão contra o debate que fazemos a respeito de combate ao machismo, racismo, homofobia  e qualquer outro tipo de preconceito e  opressão que também acontecem na universidade.
Mais de uma vez, o DJ fez um concurso que, descaracteriza e desqualifica a imagem das mulheres; era um concurso de quem dançava melhor funk. Se fosse apenas isso, seria menos mal, mas como recompensa a quem ganhasse o concurso, seria dado um pacote de latinha (que deve ter sido dada pela turma responsável). O critério para participar do concurso era, adivinhem, ser mulher. Esta palhaçada aconteceu 3 vezes durante toda a festa. Ainda tínhamos que ouvir direcionamentos, tais quais: “ de frente pra cá”, “de frente pra lá”, “isso meu bem”, “nossa senhora”, “com o bumbum pra cá”, “mais pra frente”, “gostosas”, dentre outros direcionamentos.
Juntou-se em frente ao local em que o DJ fica, um aglomerado de homens, que não davam espaço pras meninas respirarem. Formou-se um perfeito cenário, onde a violência poderia se concretizar e se concretizou, junto ao desrespeito, não só violência física, mas moral também. Com isso, parte da festa ficou prejudicada por conta da palhaçada que só “beneficiou” alguns marmanjos que acham que somos objetos.
Posso garantir, que não foi apenas eu que fiquei descontente com o acontecido, mas vários de meus amigos homens que se solidarizam com o pensamento de que não somos corpos disponíveis no mercado, mas que merecemos o respeito que nos foi negado durante anos, e que nos ajudam  a construir a luta contra o machismo dentro e fora desta universidade.
Acho que o que aconteceu no último forró não deve mais ser admitido, tendo punições severas aos DJs que desrespeitem as recomendações dos Centros Acadêmicos e aos centros acadêmicos que não direcionam seus curso e turmas para o debate e o combate a esta opressão.
Sugiro que a Diretoria de Mulheres do DCE dê uma conversada com os Centros Acadêmicos que ficaram com os próximos forrós, para direcionarem a evitar, assim, estas situações e nos proporcione uma diversão saudável.

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