sábado, 31 de julho de 2010

Motivação

Nesse período conturbado de campanha, onde as pessoas com quem você lida todos os dias,  são acostumadas a fazer campanha de maneira antiga. Que esperam, apenas conseguir se dar bem junto aos seus. Onde te cobram todos os dias quantias exorbitantes. Que todos os dias te dão um valor diferente pelo seu poderoso voto. Onde as pessoas que estão perto de você e deveriam ser a que menos te dariam dor de cabeça, são as que mais te estressam.
Demanda, demanda, demanda.
Fofoca, fofoca,fofoca.
Promessas , promessas, promessas.
Cobrança, cobrança, cobrança.
Precisamos de palavras de otimismo e motivação em algumas horas, para que não desistamos de nossas lutas para alcançar aquilo que temos como ideal.
Esta é minha primeira campanha. Percebo que é muito difícil fazê-la. Porque foge àquilo que eu entendia, ou esperava.
É um ambiente de pessoas grandes e poderosas.
Me sinto estressada nesse momento com as pessoas. Não com todas, mas com aquelas que não respondem às minhas perspectivas de seres humanos construtores de uma sociedade mais justa e igualitária.
Talvez, para alguns, eu pareça uma meninazinha mimada, que parece ainda não ter crescido e percebido que esta é a realidade. Que está triste por terem tirado seu doce.
Mas não. Me sinto hoje como uma militante que está estressada e não consegue ficar engolindo tudo sozinha. Que precisa falar sobre essa fase de sua vida e sentimentos.
Abaixo, um texto construído com pedaços de frases de vários autores. Pra me dar motivação.



"Na vida as coisas, às vezes, andam muito devagar. Mas é importante não parar. Mesmo um pequeno avanço na direção certa já é um progresso, e qualquer um pode fazer um pequeno progresso.
Se você não conseguir fazer uma coisa grandiosa hoje, faça alguma coisa pequena.
Pequenos riachos acabam convertendo-se em grandes rios.
Continue andando e fazendo.
O que parecia fora de alcance esta manhã vai parecer um pouco mais próximo amanhã ao anoitecer se você continuar movendo-se para frente.
A cada momento intenso e apaixonado que você dedica a seu objetivo, um pouquinho mais você se aproxima dele.
Se você pára completamente é muito mais difícil começar tudo de novo.
Então continue andando e fazendo. Não desperdice a base que você já construiu. Existe alguma coisa que você pode fazer agora mesmo, hoje, neste exato instante.
Pode não ser muito mas vai mantê-lo no jogo.
Vá rápido quando puder. Vá devagar quando for obrigado.
Mas, seja, lá o que for, continue. O importante é não parar!!!"

"É sempre melhor ser otimista do que ser pessimista. Até que tudo dê errado, o otimista sofreu menos.""viver é lutar, avançar, criar, superar-se, crescer. E isto requer coragem"
"A alegria da vida é viver e fazer coisas que valham a pena, é tornar produtivo todos os pontos áridos da terra. É enfrentar as dificuldades, dominá-las e reerguer-se, é tornar verdadeiro o que foi falso, e doce o que era amargo. Pois só conhece a alegria perfeita aquele que de um pequeno pedaço de terra faz um solo mais rico do que era antes de começar o trabalho."
"A História tem demonstrado que os mais notáveis vencedores normalmente encontraram obstáculos dolorosos antes de triunfarem. Eles venceram porque se recusaram a se tornarem desencorajados por suas derrotas." 
 otimismo é a fé em ação. Nada se pode levar a efeito sem otimismo."
"Os homens alcançam sucesso quando eles percebem que seus fracassos são uma preparação para suas vitórias." 


Frases de:
Armando Nogueira.;  "O livro do bem", PubliFolha); --B. C. Forbes;(Bob Marley) ; Ralph Waldo Emerson.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Tempo malvado de escasso

Nossas atividades em tempos de eleições nos deixam sem tempo para cuidarmos algumas coisitas . Uma dessas coisas, são os blogs pessoais. Este meu blog fica impossível de ser atualizado.
Mas é isso mesmo.
Quem sabe se nossos candidatos ganharem poderemos ter mais tempo para viver, além da política.
Vou continuando assim. Até o fim das eleições. 
O que der pra fazer rapidinho, hahaha... Vou tentar fazer.

Os pessimistas


>> Muitas são as razões que podem nos motivar a buscar nossos objetivos. Algumas delas são nobres e dignas, outras emergenciais e até mesmo casuais. Em verdade, o mais importante é que tenhamos metas definidas e firme disposição para persistir sempre. Distinguir as palavras de orientação das palavras de desestímulo nem sempre é tarefa fácil. 
Usemos, portanto, o bom senso e o discernimento para saber insistir no que realmente vale a pena, sem nos deixar acovardar pelos discursos pessimistas!!!

Certa vez, um poderoso rei, para comemorar o aniversário de seu amado filho, resolveu fazer uma grande festa para todos os seus súditos. Entre as muitas atrações do evento, havia um desafio que a todos interessou: era "a escalada ao poste". No alto de um gigantesco mastro havia uma cesta repleta de ouro e de comida. Aquele que conseguisse alcançar o topo daquele poste poderia se deliciar com a comida e pegar para si todo o ouro. Muitos dos que estavam presentes, pretendiam participar daquele desafio. Quando o rei autorizou, foi dado início à prova. 

O primeiro a participar foi um rapaz alto e forte. Ele tomou uma distância curtíssima e começou a subir no poste. Não chegara nem à metade, quando, cansado e irritado, desistiu. Enquanto descia, dizia que o poste era alto demais e que não havia nenhuma possibilidade de que alguém alcançasse o prêmio. 

Blasfemava baixinho para que seus queixumes não fossem ouvidos pelo rei, mas sugeriu àqueles que se aproximavam dele que não tentassem, a fim de que o rei se visse obrigado a diminuir o tamanho do mastro. Alguns súditos, influenciados pelas palavras do jovem, sentiram-se decepcionados com o rei e foram embora cabisbaixos e choramingando. Outros proferiram contra o rei palavras de desapontamento. 

De repente, porém, do meio da multidão surgiu um garotinho muito magro e de aparência franzina. Tomou distância, aproveitando o tumulto criado pelo jovem rapaz que o antecedera, e, correndo como o vento, iniciou sua subida no mastro. Na primeira tentativa não teve êxito. Quando se preparava para tentar novamente, as pessoas ao redor gritavam: "desista! Desista!". Mesmo assim ele persistiu. Parecia mais convicto do que da primeira vez. Afastou-se e, com energia, agarrava-se ao mastro, ganhando altura com muito empenho. Minutos depois, após ter realizado indescritível esforço, o garoto, diante do olhar admirado de todos, atingiu o topo e a cesta repleta de ouro e comida. Alguns o aplaudiram; outros, incrédulos, comentavam a proeza. 

O rei, admirado pela determinação do vencedor, imediatamente foi procurar o pai do garoto para buscar uma explicação sobre o ocorrido. 
"Meu senhor, como pôde esse menino, tão pequeno e fraco, alcançar um objetivo tão difícil, enquanto todos o instigavam a desistir?" - questionou curioso o soberano. 
Sorrindo, com o filho nos braços, o pai esclareceu: "duas coisas motivaram o meu filho a agir da forma como agiu: a primeira é a fome, porque há dias o pobre não come nada. E a segunda é porque ele é surdo, e não ouviu nenhuma das palavras desencorajadoras que lhe foram dirigidas." 

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Resposta a amigos

Geralmente, não gosto de direcionar meus posts a pessoas A ou B. Mas acho necessário fazê-lo, em resposta a uma discusão que tive no Trabalho na sexta-feira passada.
Twitei o acontecido. Mas acho que posso fazer algo melhor.
Encontrei esse artigo muito interessante de uma Antropóloga, sobre o caso Bruno X Eliza.
Em reposta aos meus dois companheiros, que são do meu partido, e principalmente, da minha tendência, onde fazemos o debate feminista. A eles eu digo ser inadimissível fazer os comentários que fizeram e zombar da filosofia a qual carrego para construir uma sociedada mais igualitária. Não admito escutar que fazemos um pseudofeminismo. Não admito escutar que "Eliza procurou morrer por que era uma safada...".
Digo a todos que não é nem um pouco fácil desconstruir pensamentos machistas. Não é fácil ser feminista. Não é nem um pouco fácil não ser respeitada em lugares de debates, quando vamos fazer falas e temos que escutar "Fiufiu". Não é fácil ser mulher na sociedade em que vivemos.
Mas isso apenas me dá força para tentar mudar essa realidade e dar a minha sobrinha de 8 meses o direito de no futuro ser respeitada em suas falas, ser respeitada em suas decisões, sofrer menos com esse machismo.
Enfim companheiros, procuremos ler artigos decentes. Procuremos fazer uma visão crítica a respeito do que a grande mídia nos coloca como verdade. Vamos procurar nos alienar menos. Vamos, no mínimo, respeitar o meu feminismo e minha luta por uma sociedade mulher.
Segue abaixo um bom artigo para leitura.
NENHUMA MULHER MERECE SOFRER VIOLÊNCIAS.

Patriarcado da violência


A brutalidade não é constitutiva da natureza masculina, mas um dispositivo de uma sociedade que reduz as mulheres a objetos de prazer e consumo dos homens

10 de julho de 2010
11h 49
Debora Diniz
Estadão


Eliza Samudio está morta. Ela foi sequestrada, torturada e assassinada. Seu corpo foi esquartejado para servir de alimento para uma matilha de cães famintos. A polícia ainda procura vestígios de sangue no sítio em que ela foi morta ou pistas do que restou do seu corpo para fechar esse enredo macabro. As investigações policiais indicam que os algozes de Eliza agiram a pedido de seu ex-namorado, o goleiro do Flamengo, Bruno. Ele nega ter encomendado o crime, mas a confissão veio de um adolescente que teria participado do sequestro de Eliza. Desde então, de herói e "patrimônio do Flamengo", nas palavras de seu ex-advogado, Bruno tornou-se um ser abjeto. Ele não é mais aclamado por uma multidão de torcedores gritando em uníssono o seu nome após uma partida de futebol. O urro agora é de "assassino".

O que motiva um homem a matar sua ex-namorada? O crime passional não é um ato de amor, mas de ódio. Em algum momento do encontro afetivo entre duas pessoas, o desejo de posse se converte em um impulso de aniquilamento: só a morte é capaz de silenciar o incômodo pela existência do outro. Não há como sair à procura de razoabilidade para esse desejo de morte entre ex-casais, pois seu sentido não está apenas nos indivíduos e em suas histórias passionais, mas em uma matriz cultural que tolera a desigualdade entre homens e mulheres. Tentar explicar o crime passional por particularidades dos conflitos é simplesmente dar sentido a algo que se recusa à razão. Não foi o aborto não realizado por Eliza, não foi o anúncio de que o filho de Eliza era de Bruno, nem foi o vídeo distribuído no YouTube o que provocou a ira de Bruno. O ódio é latente como um atributo dos homens violentos em seus encontros afetivos e sexuais.

Como em outras histórias de crimes passionais, o final trágico de Eliza estava anunciado como uma profecia autorrealizadora. Em um vídeo disponível na internet, Eliza descreve os comportamentos violentos de Bruno, anuncia seus temores, repete a frase que centenas de mulheres em relacionamentos violentos já pronunciaram: "Eu não sei do que ele é capaz". Elas temem seus companheiros, mas não conseguem escapar desse enredo perverso de sedução. A pergunta óbvia é: por que elas se mantêm nos relacionamentos se temem a violência? Por que, jovem e bonita, Eliza não foi capaz de escapar de suas investidas amorosas? Por que centenas de mulheres anônimas vítimas de violência, antes da Lei Maria da Penha, procuravam as delegacias para retirar a queixa contra seus companheiros? Que compaixão feminina é essa que toleraria viver sob a ameaça de agressão e violência? Haveria mulheres que teriam prazer nesse jogo violento?

Não se trata de compaixão nem de masoquismo das mulheres. A resposta é muito mais complexa do que qualquer estudo de sociologia de gênero ou de psicologia das práticas afetivas poderia demonstrar. Bruno e outros homens violentos são indivíduos comuns, trabalhadores, esportistas, pais de família, bons filhos e cidadãos cumpridores de seus deveres. Esporadicamente, eles agridem suas mulheres. Como Eliza, outras mulheres vítimas de violência lidam com essa complexidade de seus companheiros: homens que ora são amantes, cuidadores e provedores, ora são violentos e aterrorizantes. O difícil para todas elas é discernir que a violência não é parte necessária da complexidade humana, e muito menos dos pactos afetivos e sexuais. É possível haver relacionamentos amorosos sem passionalidade e violência. É possível viver com homens amantes, cuidadores e provedores, porém pacíficos. A violência não é constitutiva da natureza masculina, mas sim um dispositivo cultural de uma sociedade patriarcal que reduz os corpos das mulheres a objetos de prazer e consumo dos homens.

A violência conjugal é muito mais comum do que se imagina. Não foi por acaso que, quando interpelado sobre um caso de violência de outro jogador de seu clube de futebol, Bruno rebateu: "Qual de vocês que é casado não discutiu, que não saiu na mão com a mulher, né cara? Não tem jeito. Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher". Há pelo menos dois equívocos nessa compreensão estreita sobre a ordem social. O primeiro é que nem todos os homens agridem suas companheiras. Embora a violência de gênero seja um fenômeno universal, não é uma prática de todos os homens. O segundo, e mais importante, é que a vida privada não é um espaço sacralizado e distante das regras de civilidade e justiça. O Estado tem o direito e o dever de atuar para garantir a igualdade entre homens e mulheres, seja na casa ou na rua. A Lei Maria da Penha é a resposta mais sistemática e eficiente que o Estado brasileiro já deu para romper com essa complexidade da violência de gênero.

Infelizmente, Eliza Samudio está morta. Morreu torturada e certamente consciente de quem eram seus algozes. O sofrimento de Eliza nos provoca espanto. A surpresa pelo absurdo dessa dor tem que ser capaz de nos mover para a mudança de padrões sociais injustos. O modelo patriarcal é uma das explicações para o fenômeno da violência contra a mulher, pois a reduz a objeto de posse e prazer dos homens. Bruno não é louco, apenas corporifica essa ordem social perversa.

Outra hipótese de compreensão do fenômeno é a persistência da impunidade à violência de gênero. A impunidade facilita o surgimento das redes de proteção aos agressores e enfraquece nossa sensibilidade à dor das vítimas. A aplicação do castigo aos agressores não é suficiente para modificar os padrões culturais de opressão, mas indica que modelo de sociedade queremos para garantir a vida das mulheres.


DEBORA DINIZ É ANTROPÓLOGA E PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

sexta-feira, 9 de julho de 2010

CHARGE OFENSIVA. LIBERDADE DE IMPRENSA?

Nota de Repúdio

A charge do cartunista Nani reproduzida no blog do jornalista Josias de Sousa no dia 8 de julho de 2010 é absurda, indigna e ofensiva não só a dignidade da candidata Dilma Roussef, mas extensiva a todas as mulheres brasileiras independente de suas escolhas político-partidárias.
Só em uma sociedade midiática em que predominam ainda valores machistas é possível veicular “impunemente” uma charge tão desqualificadora das mulheres e tão discriminadora com as profissionais do sexo, as quais ainda se constituem como objeto de usufruto masculino.
Além do desrespeito e deselegância presentes na charge sobre a mulher na política, esta candidata tem uma história de luta contra o conservadorismo e as injustiças sociais, a charge reforça o preconceito sexista em relação as mulheres na política, desqualificando-as e fortalecendo o poder masculino.
Por onde irá se conduzir a ética dos comentaristas e chargistas políticos no vale-tudo da campanha eleitoral abrigados sob o teto da liberdade de imprensa?

Lourdes Bandeira e Hildete Pereira
Brasília, 8 de julho de 2010

LULA X FHC

Apenas algumas informações para compreendermos como a economia se comporta com os Governos de Esquerda e da Direita.
Uma pequena comparação do Governo Lula e Governo FHC.
Com isso, ainda vamos querer eleger um governo de Direita?
Pensemos...


LEIAM O QUE FOI PUBLICADO NO JORNAL "THE ECONOMIST" 
  
The Economist publicou!
Situação do Brasil antes e depoisItens

Nos tempos de FHC 
Nos tempos deLULA
Risco Brasil
2.700 pontos
200 pontos
Salário Mínimo
78 dólares
210 dólares
Dólar
Rs$ 3,00
Rs$ 1,78
Dívida FMI
Não mexeu
Pagou
Indústria naval
Não mexeu
Reconstruiu
Universidades Federais Novas
Nenhuma
10
Extensões Universitárias
Nenhuma
45
Escolas Técnicas
Nenhuma
214
Valores e Reservas do Tesouro Nacional
185 Bilhões de Dólares Negativos
160 Bilhões de Dólares Positivos
Créditos para o povo/PIB
14%
34%
Estradas de Ferro
Nenhuma
3 em andamento
Estradas Rodoviárias
90% danificadas
70% recuperadas
Industria Automobilística
Em baixa, 20%
Em alta, 30%
Crises internacionais
4, arrasando o país
Nenhuma, pelas reservas acumuladas.
Cambio
Fixo, estourando o Tesouro Nacional.
Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central
Taxas de Juros SELIC
27%
11%
Mobilidade Social
2 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza
23 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza
Empregos
780 mil
11 milhões
Investimentos em infraestrutura
Nenhum
504 Bilhões de reais previstos até 2010
Mercado internacional
Brasil sem crédito
Brasil reconhecido comoinvestimento grande


Pro Brasil não para de Crescer.....
Dilma Dilma!!!!!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ideia da igualdade de gênero ainda está amadurecendo no mundo, diz pesquisa

  Por Victoria Shannon 

Pessoas do mundo inteiro dizem que apoiam firmemente a igualdade de direitos para homens e mulheres, mas muitos ainda acreditam que os homens devem ter preferência no que diz repeito a bons empregos, educação superior ou em alguns casos até em relação ao simples direito de trabalhar fora, de acordo com uma nova pesquisa em 22 países.
A pesquisa, conduzida em abril e maio pelo Projeto de Atitudes Globais do Centro de Pesquisas Pew em associação com o International Herald Tribune, mostra que tanto nos países em desenvolvimento quanto nos países ricos há uma distância pronunciada entre a crença na igualdade dos sexos e em como ela se traduz na realidade.
Em países onde os direitos iguais já são obrigatórios, as mulheres parecem obstruídas por uma falta de progresso real, descobriu a pesquisa.
“As mulheres nos Estados Unidos e na Europa carregam grandes responsabilidades no lar e no trabalho simultaneamente, e isso gera estresse e baixa qualidade de vida”, diz a professora Herminia Ibarra, coautora do Relatório das Diferenças de Gênero Corporativas do Fórum Econômico Mundial.
As opiniões dos franceses, principalmente, são emblemáticas dessa tendência irregular da igualidade entre os sexos.
100% das mulheres fracesas e 99% dos homens franceses apoiam a ideia de direitos iguais. Mas 75% também disseram que os homens lá têm uma vida melhor, de longe uma porcentagem bem maior do que nos outros países em que a pesquisa foi feita.
Por que as pessoas na França, cujo Estado fornece uma assistência generosa para as mães de recém-nascidos e para as crianças pequenas, sentem-se tão distantes de atingir a igualdade de gêneros?
“Porque estão, pelo menos em termos de participação econômica”, diz a professora Ibarra, que ensina comportamento organizacional na Insead, escola internacional de negócios em Fontainebleau, França. “Ainda há muito poucas mulheres dirigindo grandes organizações, e a cultura dos negócios continua predominantemente um clube de homens”.
De fato, os Estados Unidos e a Alemanha mostraram uma diferença especialmente forte entre os sexos na questão de se foi feito o suficiente para dar igualdade às mulheres. Entre os que acreditam nos direitos iguais, muito mais homens norte-americanos e alemães acreditam que seus países fizeram a quantidade necessária de mudanças pelas mulheres, enquanto muito mais mulheres do que homens nesses países acreditam que são necessárias mais ações.
“Quando você fica de fora do clube, você sabe”, disse a professora Jacqui True, especialista em relações de gênero e conferencista sênior da Universidade de Auckland. “Quando você está dentro do clube, você não vê qual é o problema.”
As gigantes em ascensão, China e Índia, além da Indonésia e a da Jordânia, foram os quatro outros países em que uma maioria de defensores dos direitos iguais acham que os ajustes necessários para estabelecer a igualdade já foram feitos.
Em entrevistas por telefone e face a face, o Pew Center descobriu que a igualdade dos sexos foi, na grande maioria das respostas, um objetivo tanto dos homens quanto das mulheres.
Em 13 países, mais de 90% dos entrevistados disseram que apoiam os direitos iguais; em um ou outro país exceto no Egito, Jordânia, Quênia, Indonésia e Nigéria, mais de 75% apoiaram a igualdade de gênero. A Nigéria, na verdade, foi o único país pesquisado onde mais da metade (54%) disse que as mulheres não deveriam ter direitos iguais; 45% dos entrevistados foram a favor dos direitos iguais.
Além disso, só no Paquistão, Egito e Jordânia menos de 80% dos entrevistados disseram que as mulheres deveriam ter o direito de trabalhar fora de casa. Mesmo nesses três países, uma maioria disse que apoia o direito da mulher em trabalhar.

Qual o limite da propriedade da terra?

Publicado em 29 de junho de 2010
Do IHU On-Line

Em setembro deste ano, será realizado o Plebiscito Popular pelo limite da terra que visa pressionar o Congresso Nacional para limitar o tamanho máximo da propriedade e uso dela por estrangeiros.

Em entrevista à IHU On-Line , realizada por telefone, Gilberto Portes , do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, explica a iniciativa. “Um estrangeiro vem para o Brasil e pode comprar a quantia que quiser de terra. Enquanto isso, há quatro milhões e duzentas mil famílias que não têm acesso à terra, ou seja, mais de doze milhões de pessoas”, aponta.

Portes fala também da importância da revisão dos índices de produtividade para a efetiva realização da Reforma Agrária no país. “Os índices de produtividade são fundamentais, principalmente nas regiões que teoricamente dizem que não têm terra para Reforma Agrária”, defendeu.

O advogado Gilberto Portes é secretário executivo do Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo. Foi coordenador estadual do MST no RS.

Confira a entrevista.

Para começarmos, o senhor pode nos explicar a ideia central da questão do “Limite da Propriedade da Terra”?

O Brasil é o segundo país com maior concentração de terra do mundo. Este é o elemento central. O outro, que está relacionado a esta situação, é que o Brasil, desde a sua descoberta ou da sua invasão, teve o poder econômico, o poder político e o próprio poder social concentrados através da propriedade da terra. A mudança da relação de trabalho, renda, alimentação, desenvolvimento econômico social do país passa necessariamente pela democratização da terra. Isso porque só dessa maneira será possível garantir mais pessoas produzindo alimentos, mantendo o trabalho no campo e, assim, desenvolvendo o país através da produção de produtos de qualidade e, consequentemente, eliminando a violência das grandes periferias das cidades. Hoje, para cada família que é assentada, é possível empregar, em média, cinco pessoas no campo e mais três na cidade. Precisamos mostrar esse dado para a sociedade brasileira. O limite da propriedade da terra é a base para que se quebre a espinha dorsal de um problema histórico estrutural do Brasil.

Como está a preparação do Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra?

Em torno de 12 estados brasileiros já realizaram suas plenárias. Temos cerca de cem lideranças ligadas às pastorais sociais, movimentos sociais e movimento sindical. Estas instituições estão se envolvendo com lideranças das periferias dos bairros, associações de moradores, comunidades eclesiais. Agora, no final de junho, início de julho, teremos a consolidação destas plenárias estaduais, onde estamos formando os comitês nas comunidades. Em agosto, estaremos na fase intensiva de mobilização nacional que culminará no grande momento do plebiscito que acontecerá entre 1º e 7 de setembro. Faremos uma grande manifestação popular junto com o grito dos excluídos , em que vamos buscar apoio da sociedade para entrar no Congresso Nacional com uma proposta de emenda constitucional para limitar o tamanho da propriedade de terra. Esse é o instrumento que estamos utilizando como forma de pressão política para fazer o debate com a sociedade brasileira. Nós precisamos retomar a Reforma Agrária para mudarmos a condição social do povo brasileiro e, consequentemente, fazer com que as pessoas exerçam sua cidadania e sua participação popular.

Em que contexto surge a ideia de organizar um plebiscito sobre esse tema?

A partir do estudo da luta pela terra no Brasil, os movimentos foram aprofundando este debate, vimos o quanto é necessário, assim como já foi feito em outros países, construir um processo de limitação da propriedade da terra. Esse processo ajuda muito no que diz respeito ao desenvolvimento do país, tanto do ponto de vista do capitalismo como do ponto de vista mais socialista. No Brasil, como nossas elites são as mais atrasadas deste mundo, não foi feito um investimento na democratização da terra para que a população tivesse acesso a alimento barato e emprego. Os movimentos, as organizações, as Igrejas, sempre se preocuparam com que a nossa Constituição Brasileira tivesse inciso ou um artigo que estabelecesse claramente que a propriedade de terra no Brasil tem que ter limite.

Um estrangeiro vem para o Brasil e pode comprar a quantia que quiser de terra. Enquanto isso, há quatro milhões e duzentas mil famílias que não têm acesso à terra, ou seja, mais de doze milhões de pessoas. Só as pessoas que têm dinheiro e poder possuem acesso a nossa biodiversidade, natureza, terra. Nossa ideia é fazer um debate mais aberto com a sociedade e apresentar uma proposta para incluir, na Constituição Brasileira, no artigo 186, um inciso que estabeleça, com clareza, que devemos limitar a propriedade da terra em tantos módulos.

E o que são módulos?
São áreas que o INCRA tem como mecanismo de estabelecer para cada agricultor ou pequeno camponês, para ele sobreviver com a família. Isso varia de região para região. No Sul, por exemplo, o módulo varia de 25 a 30 hectares , já no norte vai até cem hectares, no Centro-Oeste varia de 30 a 35 hectares . Fizemos um cálculo que aponta que o máximo, para um brasileiro ou estrangeiro, deveria ser de 35 módulos, que já é um grande latifúndio. O Estado Brasileiro precisa ser obrigado constitucionalmente a democratizar a terra.

Qual é o uso que o estrangeiro dá a terra no Brasil?

Gilberto Portes – Os estrangeiros veem o Brasil como seu laboratório para duas coisas. Primeiro, para despejar os agrotóxicos que os europeus e os americanos não querem mais. Para você ter uma ideia, o Brasil consome anualmente 750 mil toneladas de agrotóxicos, isso significa que se nós dividirmos esses milhares de litros de agrotóxicos por membro da população brasileira, cada cidadão brasileiro consome anualmente cinco litros de veneno. Como aqui ainda não existe uma legislação, um controle maior, eles jogam este veneno na nossa terra. O segundo aspecto: qualquer propriedade que é conduzida por estrangeiro no Brasil trabalha com exportação, nenhuma propriedade de estrangeiro vem aqui para produzir comida para o povo brasileiro. Ele vem aqui para levar nossa riqueza, destruir os recursos naturais, retirar da propriedade a matéria-prima para enriquecer seus investimentos no mercado financeiro, esta é a lógica dos investimentos internacionais.

Consequentemente, estes grupos internacionais fazem aliança com o próprio agronegócio do Brasil para aplicar a mesma política, há uma relação íntima entre este setor de investimento internacional com o agronegócio brasileiro. Um exemplo: no Mato Grosso, um político, que foi governador do estado, tem um milhão de hectares produzindo soja. Ele é o maior produtor de soja do mundo, e é brasileiro. Porém, ele tem uma forte relação com as transnacionais que produzem aqui e exportam. A nossa interpretação é que o agronegócio está articulado essencialmente com o capital internacional para explorar e destruir a nossa natureza. Todo o desmatamento, destruição do bioma cerrado, da mata Atlântica, da Amazônia, da caatinga, do pampa no sul é consequência deste investimento nacional e internacional do agronegócio que tem como essência a exploração da matéria-prima para divisas do capital de seus interesses.

Quem está apoiando o Plebiscito?

Gilberto Portes – Nós temos 54 entidades nacionais que estão vinculadas à mobilização do plebiscito. A maior delas é a CNBB, que tem uma orientação do Conselho dos Bispos para que os agentes pastorais se envolvam efetivamente no processo de mobilização popular. Nós temos também o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs – CONIC -, que fez um trabalho com suas Igrejas para que todas as pessoas se envolvam nessa mobilização.

A Campanha da Fraternidade deste ano tem como tema central Economia e Vida , e o gesto concreto dela vai ser a participação do Plebiscito. Dos movimentos nacionais, temos a CUT, a CONTAG , a Via Campesina, o MST e outras organizações. A Comissão Pastoral da Terra também tem nos apoiado muito, assim como a Pastoral do Migrante e o Grito dos Excluídos.  E, em vários estados, nós também temos o apoio de alguns partidos políticos de esquerda, que têm como proposta a reforma agrária como mudança no Brasil.

Quem e como as pessoas podem participar e votar no plebiscito?

O primeiro passo é participar do abaixo assinado. Percebemos nas comunidades que há muita dúvida, porque está havendo uma contra-informação para tentar manipular a opinião pública sobre a nossa proposta. Estão dizendo, em alguns lugares, que limitar a propriedade de terra significa limitar também as propriedades dos pequenos e médios agricultores. A sociedade precisa estar presente no debate político e, assim, entender qual é a importância que nossa proposta de limite da propriedade da terra tem para a população urbana, para as comunidades tradicionais e para os camponeses.

A revisão dos índices de produtividade pode colaborar com o início da Reforma Agrária efetiva no Brasil?
Isso é básico e essencial para a Reforma Agrária. Os índices de produtividade são fundamentais, principalmente nas regiões que teoricamente dizem que não têm terra para Reforma Agrária. A correção desses dados é constitucional, e precisava ser feita há muito tempo. O governo não fez e não sei se vai fazer. A população tem uma expectativa enorme em relação à revisão desses índices para ampliar o número de áreas para a Reforma Agrária.

retirado da Rede de Comunicadores da Reforma Agrária
 

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