Por Victoria Shannon
Pessoas do mundo inteiro dizem que apoiam firmemente a igualdade de direitos para homens e mulheres, mas muitos ainda acreditam que os homens devem ter preferência no que diz repeito a bons empregos, educação superior ou em alguns casos até em relação ao simples direito de trabalhar fora, de acordo com uma nova pesquisa em 22 países.
A pesquisa, conduzida em abril e maio pelo Projeto de Atitudes Globais do Centro de Pesquisas Pew em associação com o International Herald Tribune, mostra que tanto nos países em desenvolvimento quanto nos países ricos há uma distância pronunciada entre a crença na igualdade dos sexos e em como ela se traduz na realidade.
Em países onde os direitos iguais já são obrigatórios, as mulheres parecem obstruídas por uma falta de progresso real, descobriu a pesquisa.
“As mulheres nos Estados Unidos e na Europa carregam grandes responsabilidades no lar e no trabalho simultaneamente, e isso gera estresse e baixa qualidade de vida”, diz a professora Herminia Ibarra, coautora do Relatório das Diferenças de Gênero Corporativas do Fórum Econômico Mundial.
As opiniões dos franceses, principalmente, são emblemáticas dessa tendência irregular da igualidade entre os sexos.
100% das mulheres fracesas e 99% dos homens franceses apoiam a ideia de direitos iguais. Mas 75% também disseram que os homens lá têm uma vida melhor, de longe uma porcentagem bem maior do que nos outros países em que a pesquisa foi feita.
Por que as pessoas na França, cujo Estado fornece uma assistência generosa para as mães de recém-nascidos e para as crianças pequenas, sentem-se tão distantes de atingir a igualdade de gêneros?
“Porque estão, pelo menos em termos de participação econômica”, diz a professora Ibarra, que ensina comportamento organizacional na Insead, escola internacional de negócios em Fontainebleau, França. “Ainda há muito poucas mulheres dirigindo grandes organizações, e a cultura dos negócios continua predominantemente um clube de homens”.
De fato, os Estados Unidos e a Alemanha mostraram uma diferença especialmente forte entre os sexos na questão de se foi feito o suficiente para dar igualdade às mulheres. Entre os que acreditam nos direitos iguais, muito mais homens norte-americanos e alemães acreditam que seus países fizeram a quantidade necessária de mudanças pelas mulheres, enquanto muito mais mulheres do que homens nesses países acreditam que são necessárias mais ações.
“Quando você fica de fora do clube, você sabe”, disse a professora Jacqui True, especialista em relações de gênero e conferencista sênior da Universidade de Auckland. “Quando você está dentro do clube, você não vê qual é o problema.”
As gigantes em ascensão, China e Índia, além da Indonésia e a da Jordânia, foram os quatro outros países em que uma maioria de defensores dos direitos iguais acham que os ajustes necessários para estabelecer a igualdade já foram feitos.
Em entrevistas por telefone e face a face, o Pew Center descobriu que a igualdade dos sexos foi, na grande maioria das respostas, um objetivo tanto dos homens quanto das mulheres.
Em 13 países, mais de 90% dos entrevistados disseram que apoiam os direitos iguais; em um ou outro país exceto no Egito, Jordânia, Quênia, Indonésia e Nigéria, mais de 75% apoiaram a igualdade de gênero. A Nigéria, na verdade, foi o único país pesquisado onde mais da metade (54%) disse que as mulheres não deveriam ter direitos iguais; 45% dos entrevistados foram a favor dos direitos iguais.
Além disso, só no Paquistão, Egito e Jordânia menos de 80% dos entrevistados disseram que as mulheres deveriam ter o direito de trabalhar fora de casa. Mesmo nesses três países, uma maioria disse que apoia o direito da mulher em trabalhar.
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